Desconhecemos as origens da Moita do Norte.
Não olvidando que existe a estação paleolítica de Aldeinha, Barreira Vermelha, onde foram achados diversos artefactos do paleolítico inferior, certo é que em 1467, num relato sobre a capela de Santa Maria de Almourol que se erguia no Castelo de Almourol era testemunha, entre outros, Jorge Alvares morador na Mouta (1).
Eis a primeira referência que encontrei sobre esta terra.
Também, compulsando os Tombos da Ordem de Cristo (1504-1510) vemos uma courella de Gonçal Eanes da Mouta, a folhas (fls) 118, outra no monte da Arnena da Mouta e da Atalaya, a fls. 119, outra de Martim Dias da Mouta, a fls. 146 verso, o que atesta que no início do século XVI já a Moita tinha residentes.
O censo de 1527 historia que a aldeia da Mouta tem 62 vizinhos, maior número populacional que a Asseiceira que, naquele tempo, detinha 47 vizinhos em todo o território do concelho o que demonstra a existência de um aglomerado significativo para o tempo. Podemos então inferir que o lugar deverá ter origem, provavelmente, nos finais do século XIV primórdios do século XV.
Releva como monumento proeminente a capela de Nossa Senhora dos Remédios. António Carvalho da Costa na sua Corografia Portuguesa, 1706-1712, faz uma referência à ermida da Moita dedicada a Nossa Senhora dos Remédios o que nos leva a afirmar que a sua construção poderá ser anterior ao século XVIII.
Esta tem na capela-mor um retábulo de altar policromado e dourado, bem delineado no conjunto e completo nos ornamentos fundamentais com dois pares de elegantes colunas que acompanham a tribuna e frontão recortado em volutas e contra-volutas decoradas com folhas de acanto.
(1) Livro 52.º, a fls. 22 v. do corpo Christo, do Arquivo da Torre do Tombo